Ø O autor entende que o mistério trinitário serve como paradigma para a compreensão do indivíduo no mundo que o cerca.
Ø Assim, a Trindade serve como modelo para as relações do homem na sociedade e, por assim dizer, nas formas de governo (política).
Ø Trindade: mistério transcendente da fé, que não se pode compreender, apenas adorar.
Ø Política: busca de poder, equilíbrio de interesses, configuração do mundo social.
1) Imagem de Deus – imagem do homem
Ø O homem é a imagem de Deus.
Ø Assim, para se conhecer uma sociedade, basta conhecer a que Deus serve (Emil Brunner).
Ø As religiões buscam a unificação da realidade e a ordenação social.
Ø Se a política trata da integração da sociedade, é necessário que o poder político se legitime em fundamentos religiosos, para compreender a ordem e o sentido da realidade.
2) Teologia política no Ocidente
Ø Um Deus (supremo), um soberano como imagem deste Deus, um reino. Esta fórmula era usada para legitimar o poder do império e da Igreja.
Ø Como o mundo é governado por um único Senhor, o governo também deve ser exercido por uma única pessoa.
Ø Relação monoteísmo – ditadura: Quem se subordina a um único Deus, está disposto a se sujeitar a um único homem.
Ø Qual a conseqüência da relação entre o mundo simbólico unitário e a ordenação da sociedade terrena?
· Em todas as partes se reduz a multiplicidade, a pluralidade para um;
· E este um se converte de algum modo em magnitude determinante e império totalitário.
3) A oposição da fé trinitária (E. Peterson – Alemanha 2ª Guerra)
Ø Acima do monoteísmo está a doutrina da trindade.
Ø A trindade é o único reflexo de Deus na criação e conseqüentemente ninguém forma um governo terreno na imagem do Deus trino.
Ø Pannenberg: Certo de que os homens estão fadados a vida comunitária, e que só em sociedade isto é possível, faz-se necessário governos que provisoriamente instalem características do reino de Deus na terra.
4) Trindade como fonte de inspiração (L. Boff)
Ø A fé trinitária deve ser uma fonte de inspiração para uma teoria e uma práxis social aberta.
Ø A trindade, ao mesmo tempo que possui unidade, é multiplicidade. Mas sua ação privilegia a igualdade.
Ø O Deus trino não é um poder absoluto, mas sim participativo.
Ø A trindade é a norma em que se deve adaptar a vida social, como unidade que reconhece as diferenças da pluralidade desenvolvendo-se na participação recíproca.
5) A Luta pelo poder totalitário dos sujeitos modernos
Ø O homem atual busca ser o foco da unidade e o centro da realidade, no lugar do Deus trino.
Ø Só que como todos querem o centro, a sociedade oferece uma pluralidade de ações sociais, para atenderem a todos, que acabam sendo absorvidos pelo sistema social que os domina. No fim, o ser se torna abstrato e dominado.
6) A alternativa: a Abolição do sujeito
Ø Sujeito negar a si mesmo de duas formas:
· Negar seu desejo e se esconder da realidade;
· Negar seus desejos e aceitar o que a realidade oferece.
Ø Autodestruição ou autoconformação.
7) Orientação face ao Deus trino
Ø Unidade mediante multiplicidade/pluralidade mediante unidade.
Ø Pessoa: autodeterminação graças ao outro, mediante ao outro e pela entrega ao outro e pelo laço comum que os une.
Ø Assim, o ser humano busca a vida social no abrir-se ao outro, só assim alcançará sua autêntica personalidade.
Ø Faz-se necessário apresentar a trindade como modelo de vida social, onde a unidade e a pluralidade são igualmente originárias e que geram uma vida de entrega mútua.
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