1/10/2007

TRANFORMANDO PROVAÇÕES EM TRIUNFOS

TIAGO 1.1-4

1) Quem era Tiago
 Provavelmente, irmão de Jesus;
 Principal líder da igreja de Jerusalém;
 Morto apedrejado pelo império Romano devido à vida e liderança cristã.

2) Características da carta de Tiago:
 A carta de Tiago é considerada o livro de Provérbios do NT, devido à ênfase em questões práticas da vivência cristã;
 Tiago escreve sobre a vida cristã, dividindo seu texto em três tópicos: nova vida, crescimento espiritual e maturidade cristã;
 A preocupação de Tiago era que a Igreja praticasse aquilo que tanto pregava (nada muito diferente dos dias atuais).

3) Por que Tiago escreve sua carta
 Eles estavam passando por duras provações;
 Estavam sendo tentados a pecar;
 Estavam sendo humilhados e roubados pelos mais ricos;
 Não estavam vivendo o que pregavam;
 Estavam se afastando do Senhor;
 Estavam em guerra uns com os outros.

Devidos a estes problemas, Tiago escreve sobre todo percurso da vida cristã, para que seus ouvintes entendessem a realidade da nova vida em Cristo.
De início, Tiago discorre sobre a nova vida:



 1.1 – De incrédulo a servo de Cristo:
o Tiago, como seus outros irmãos não acreditaram primeiramente em Jesus (Jo. 7.5);
o Após a ressurreição, Jesus aparece a Tiago (1 Co. 15.7). Este se converte e se torna líder da Igreja Primitiva, chamado por Paulo de “Coluna da Igreja” (Gl. 1.19), líder do Concílio de Jerusalém (At. 15).
o De incrédulo a crente; de crente a líder; de líder a servo de Cristo.
 Ele se apresenta como servo (escravo – doulos, obediente, humilde e leal).
o Ele se transforma em um homem humilde de espírito (esta é a ação do Evangelho na vida do Crente).
 Charles Spurgeon – Deus não deseja nada de nós, exceto nossas próprias necessidades.
 Não é o que temos, mas o que não temos que nos aproxima de Deus.

 1.1 - Somos um novo homem, mais não isentos de aflições (... às doze tribos que se encontram na Dispersão...). Relacionar o texto às doze tribos fala:
o Cristãos que viviam em todo império romano e eram perseguidos pelo império;
o Crentes perseguidos, pobres, roubados pelo império, oprimidos pelos ricos, sofredores.
o Vida cristã não é um campo de flores, mas um campo de batalha;
o Nós não somos poupados dos problemas, mas livres nos problemas;

Assim, precisamos aprender como transformar as adversidades da vida em trampolim para vitórias.


 1.2-4 – Transformando tribulações em triunfos:
o Tiago nos ensina quatro verdades sobre as provações:
 As provações são compatíveis com a vida cristã (v. 2)
• Deus nos adverte a esperar pelas provações:
o Jo. 16.33 – no mundo tereis aflições;
o At.14.22 – por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus;
o 2 Tm. 3.12 - Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
• Somos peregrinos neste mundo. Por isso, as adversidades são instrumentos de aperfeiçoamento da vida cristã.
• As adversidades vêm devido a escolhas erradas.
• As adversidades vêm porque somos cristãos.
• As adversidades vêm para manifestação da glória de Deus.
 As provações são variadas (v. 2)
• Existem vários tipos de provações (palavra no original se refere a múltiplas cores)
• Da mesma forma, a graça de Deus também é variada: (2 Pe 4.10 - Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas [NVI]).
o A mesma palavra no original usada para “diversas provações” é também usada para múltipla graça de Deus.
o A graça de Deus é do tamanho das nossas dificuldades.
 As provações são passageiras (v. 2)
• As provas não duram a vida inteira;
• Não devemos ficar parados nas dificuldades, elas existem para serem vencidas por nós.
 As provações são pedagógicas (vs. 3-4).
• Nas provações da vida, nossa fé é testada para mostrar sua genuinidade.
• Fé neste texto está relacionada a FIDELIDADE para com o Evangelho.
• Deus nos prova para produzir o melhor em nós.
• A perseverança é fruto das adversidades da vida.
o 2 Co 4.17 - Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.
• A perseverança é um sinal da maturidade cristã, conforme Rm. 5.3-5 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.

 O que fazer então
o Manifestar alegria (v. 2)
 Alegria é a manifestação da plena confiança de que o que estamos passando vem de Deus, é passageiro, e nos transformará em pessoas melhores.
 Nosso desafio é usar as dificuldades como esteio de nossas vitórias.

Vocação, Espiritualidade e Chamado: Princípios de uma vida cristã equilibrada

Texto: Jr. 1:4-10

Jeremias teve um ministério totalmente diferente de tudo aquilo que pensamos ser um ministério profícuo.
Jeremias, filho de sacerdote, ministrou durante mais de 20 anos profecias sobre Israel, e não foi ouvido.
Passou por todo tipo de perseguição possível e imaginável, mas nunca desistiu de seu propósito: Proferir os oráculos de Deus ao povo de Judá.
Passa sempre pela minha cabeça o que levava Jeremias a não desistir. Ele pregava, falava e o povo não ouvia. O que motivou Jeremias a profetizar por mais de 20 anos sem fraquejar? O povo não se arrependeu. Então o ministério de Jeremias falhou? Se falhou, por que Jeremias não desistiu?
A partir deste texto da chamada de Jeremias, podemos entender quais eram as bases que equilibravam a vida de Jeremias.

1) Vocação: Chamado( v. 5) - Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações.
O primeiro grande segredo de Jeremias era que ele tinha plena consciência de seu chamado.
Ele poderia não ter aceitado ser profeta, e seguido à linhagem sacerdotal de sua família, tendo todas as benécias que os sacerdotes tinham naquela época.
Mas não. Ele abdicou de tudo para seguir ao chamado do Senhor.
Somente uma consciência total do chamado que dá forças ao Cristão para enfrentar quaisquer tipos de problemas que possam afetar sua vida.
Jeremias sabia que tinha sido chamado a servir ás nações. Assim sendo, ele deixou tudo para trás, não olhou as circunstâncias, e partiu a cumprir a vontade de Deus, não importando as conseqüências que essas escolhas trariam.
Somente quando o Cristão tem certeza de seu chamado ele consegue enfrentar de frente as adversidades da vida.

2) Espiritualidade (v.8): Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo", diz o SENHOR.
O segundo conceito que chama a atenção na vida de Jeremias era o seu relacionamento com Deus.
Por piores que fossem as situações pelas quais ele passava, Jeremias dá sempre a entender que tinha Consciência da permanência da Presença de Deus consigo.
Sempre em diálogo com Deus, Jeremias só suportou tudo porque sabia que Deus estava com ele.
Quando Deus nos chama, ele sempre está conosco. Não é necessário arrepio, manifestações sobrenatural para enxergarmos a presença de Deus conosco. O próprio Cristo disse: “... E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt. 28:20b).
Se Cristo disse que estaria conosco, ele está. E se ele está, isto faz toda a diferença, como fez na vida de Jeremias.
A certeza da presença constante do Todo-Poderoso em nossa caminhada faz com que nada nos impeça de cumprir seus propósitos, pois a garantia de vitória é certa.
Foi esta certeza da presença de Deus que fez com que Jeremias enfrentasse açoites, perseguições, tentativa de assassinato dentro da própria família, cisternas, dentre outras lutas, com a expectativa do livramento e conseqüente vitória, pois aquele que era maior do que tudo e todos estava com ele.

3) Missão (v. 9,10): O SENHOR estendeu a mão, tocou a minha boca e disse-me: "Agora ponho em sua boca as minhas palavras. Veja! Eu hoje dou a você autoridade sobre nações e reinos, para arrancar, despedaçar, arruinar e destruir; para edificar e plantar".

Após a plena certeza do chamado e presença do Senhor, Jeremias sabia que Deuso chamada para algo.
Não somos chamados simplesmente para estarmos na igreja. Não somos chamados só para receber. Somos primeiramente chamados a dar de nós mesmos aos outros.
Jeremias, como profeta, encarnava em sua vida a mensagem de Deus. Deixou família, amigos, futura esposa, sonhos, para cumprir o chamado de Deus. Deu sua vida como mensagem viva ao povo de Judá.
E não só isto. Analisando a que Deus chamou Jeremias, encontramos um conceito importantíssimo para nossa caminhada cristã.
Deus chama Jeremias a: arrancar, despedaçar, arruinar e destruir; para edificar e plantar. Quatro verbos negativos e dois positivos.
A grande missão nos dias de hoje é derribar tudo aquilo que foi construído de errado na vida de muitos, e edificar e plantar sementes que produzam frutos eternos.
Destruir é até fácil. Muitos fazem isto. O difícil é edificar e plantar. E como Deus comissionou Jeremias a esta obra, destruir tudo e plantar uma nova semente, Deus nos chama hoje, homens e mulheres conscientes do chamado e presença de Deus para destruirmos tudo aquilo que o mundo, o diabo, os sistemas sociais tem implantado de negativo nas pessoas, e para edificarmos e plantarmos a verdadeira mensagem de Cristo, uma semente que produz frutos eternos, nas vidas tão carentes que permeiam nossa sociedade.

Assim, Deus nos dá a oportunidade de participarmos de seu projeto à humanidade.
Mas, para isso acontecer, a primeira coisa que precisamos saber é sobre o nosso chamado.
A partir daí, nutrir uma verdadeira espiritualidade para podermos cumprir a Missão de Deus em nós.
Não será nada fácil, mas com certeza, gratificante.
Por que não começarmos hoje?

SABEDORIA, FÉ E PETIÇÃO

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar...”
Tiago 1:2-6a

Como filho de Pastor que sou, sempre tenho em mente a busca dos propósitos de Deus para minha vida. Creio que com todos nós acontece a mesma coisa. Mas, volta e outra, sempre me encontro em situações difíceis, lutas, tribulações. Nestes momentos, este texto de Tiago tem me ajudado muito. O grande lance da vida cristã é tirar proveito de todas as situações à nossa volta. Tiago entendia isto muito bem, por isso pôde escrever de maneira tão objetiva sobre as lutas e provações.
Tiago diz que as lutas são propósitos de Deus na vida do Crente para seu crescimento e amadurecimento. Creio que nós, como filhos de pastores e líderes sabemos bem o que são as lutas. Por isso, creio que o texto de Tiago pode-nos ser útil na medida que entendamos o propósito de Deus em cada tribulação pela qual passamos.
Três palavras-chave me chamam a atenção: Sabedoria, fé e petição. Tiago, em meio ao seu discurso sobre provações, ordena-nos a pedir por sabedoria, com fé. Então, para entender bem o texto, devemos fazer três questionamentos para alcançarmos o conceito de perseverança que Tiago diz. Então, vamos ao primeiro: “O que é Sabedoria?”
A sabedoria no meio em que Tiago vivia, tinha um conceito diferente do que é às vezes hoje entendido, que está mais ligada ao conhecimento, estudos. A sabedoria que Tiago vai colocar aqui é "aquilo que capacita o justo a perseverar nas provas". Provérbios 4:7 diz assim: " O conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria; use tudo o que você possui para adquirir entendimento".
Que tipo de sabedoria está na mente de Tiago quando ele fala a respeito de adquirir, que tipo de sabedoria ele tem em mente?
No mundo hebreu, a busca da sabedoria não estava em especular sobre conhecimentos universais ou naturais (como os filósofos gregos) porque o pensamento dos hebreus nunca foi especulativo nesse sentido, sempre foi moral. Eles criam num Deus pessoal que se manifestava aos homens mostrando seu querer. Descobri um conceito muito bom de sabedoria em um livro que eu li e que está escrito assim: "A percepção da vontade de Deus e do modo pela qual ela deve ser aplicada na vida é conferida a sabedoria". Então sabedoria "é a percepção da vontade de Deus e o modo pela qual ela ( a vontade de Deus) deve ser aplicada na vida". É esse tipo de sabedoria que Tiago tem em mente.
Bem, após esta primeira questão resolvida, vamos a Segunda: “o que é fé?”
Automaticamente, ligamos fé à crença, à crer, ou até usamos textos bíblicos, como Hebreus 11:1 – “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. Só que, biblicamente, o conceito de fé é muito maior que uma simples crença, que qualquer um pode ter.
A história cristã relata que a Reforma protestante tomou forma com Lutero a partir de um pequeno trecho do livro de Romanos que ele estudava (Rm. 1:17 – “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé , como está escrito: "O justo viverá pela fé"). Esta fé, que Paulo fala e impactou Lutero seria apenas um estilo de vida crendo? Não, o termo bíblico fé vai além , não é simplesmente crença, mais fidelidade. O Justo viveria pela sua fidelidade. Fidelidade fala de compromisso, de vida com Deus.
Tiago então, fala que aquele que quer ter sabedoria, peça a Deus com fidelidade de vida. Para sermos filhos de pastores e líderes sábios, devemos Ter fidelidade para com Deus, uma vida na presença de Deus. Para alcançarmos essa percepção da vontade de Deus, é necessário “relacionamento com Deus”.
E como alcançamos este relacionamento? Através de dois caminhos: Bíblia, e oração (petição).
Rm. 10:17 – “Consequentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.” A fidelidade, o relacionamento com Cristo só vem pelo ouvir a Palavra de Deus. Quando se fala de ouvir, não é simplesmente escutar sermões, mas praticá-los ( em Hebraico, ouvir –Shemá- significa escutar e praticar). A sabedoria só vem através da prática de vida cristã, vem como um passe de mágica, mas só seremos pessoas sábias a partir do momento que praticarmos os ensinamentos de Cristo.
Petição: Um dos ensinos de Cristo é o relativo a Oração. A Oração é o elo mais profundo de ligação entre o homem e o Criador. É o momento do diálogo, aonde nos revelamos a Deus e Ele se revela a nós. A vida de oração deve ser uma constante em nós, pois, o próprio Apóstolo Paulo adverte, na primeira carta aos Tessalonicenses 5:17 - “Orem continuamente”.
Nós, como filhos de pastores e líderes devemos ter em nossa mente que Deus tem um plano especial para nós. Por isso mesmo, ele irá nos provar, para que, a medida em que vençamos as adversidades, possamos adquirir maturidade e experiência, vivência e relacionamento com Deus, para que possamos administrar de maneira sábia a vida que Deus tem para nós.

PODER E AUTORIDADE

PODER & AUTORIDADE

“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.”

Mt. 7:28,29

Chegando à sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: "De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?”.
Mt 13:54


Poder e autoridade são dois termos desejados e muitas vezes não entendidos que permeiam toda a Bíblia.
Quantos de nós desejamos poder? Quantos de nós desejam autoridade?
Mas será que realmente sabemos o que é autoridade e o que é poder?
A partir deste problema, estudaremos um pouco sobre o conceito de autoridade e poder que se pode retirar das Escrituras.

1) PODER

1.1) O que é poder?
No dicionário, poder significa: Dispor de força; possuir força física ou moral; ter possibilidade; ter a faculdade (Direito concedido).
No fundo, poder significa: “a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer”.

1.2) Qualidades do Poder
- O poderoso manda; o menos poderoso obedece;
- O poder está vinculado a uma posição superior;
- O poder está condicionado a uma força maior.
- O poder é repreensivo: dá ordens e corrige os desobedientes.
- O poder pode ser vendido, comprado;
- O poder é passageiro

1.3) O que é necessário para se ter poder?
- Força;
- Direito concedido (outros concedem).


2) AUTORIDADE

1.1) O que é autoridade?
Dicionário: Influência, prestígio, pessoa que tem grande competência em um assunto.
Resumindo, autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal.

1.2) Características da autoridade
- habilidade: jeito, destreza, capacidade, conhecimento técnico.
A autoridade pode ser aprendida, pois se faz de conhecimento.
- influência: crédito, prestígio.
- diz respeito a quem você é, caráter;


1.3) O que é necessário para se ter autoridade?
- relacionamentos: convivência, amizade, conhecimento recíproco das pessoas.

3) A IMPORTÃNCIA DOS RELACIONAMENTOS

A autoridade prima pelos relacionamentos. Só existe autoridade aonde existem relacionamentos genuínos.
Em contrapartida, o poder corrói os relacionamentos, na medida que a imposição gera rebelião (Ex: filhos adolescentes).
Os relacionamentos devem se pautar a partir das seguintes características:
- Honestidade,
- Confiabilidade,
- Bom exemplo,
- Cuidado,
- compromisso
- Amor,
- Respeito,
- Lealdade.

Estas características são comportamentos, e comportamentos são escolhas.
Então o desafio para quem quer ter autoridade é escolher as coisas certas e se esforçar para alcança-las.
Isto requer mudança de hábito, e não existe pessoa melhor para nos espelharmos do que Cristo.

4) CRISTO TINHA PODER E AUTORIDADE

4.1) De onde vinha o poder de Cristo?
- Do pai (Mt. 24:30 – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.)


4.2) De onde deve vir o nosso poder?
- De Cristo (Cl. 2:10 – “-e, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.”)
- Do espírito Santo: (“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.)

4.3) De onde vinha a autoridade de Cristo?
- Do Pai – (“E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra”.)
- De sua vida (Hb. 4:15 – “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.)

4.4) De onde vem nossa autoridade?
- De Cristo (Mc. 16:19 - “Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum.”).
- De nosso comportamento na comunidade:
• Mt. 20:26-27 - “Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo”.
• Mt. 12:50 – “Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.

5) CONCLUSÃO: PARA QUE PODER E AUTORIDADE?

- Para influenciar o mundo: Mt. 28:18-20 - “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
- Para influenciar os irmãos: Mc. 10:43-45 – “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”.

O NOME DE DEUS

Texto Bíblico: Ex. 3.1-22

• Moisés com seu sogro Jetro;
• Vai apascentar rebanhos nos Sinai (Horebe) – Sinai significa rochedo ; Horebe significa seco, deserto.
• O Sinai é formado por uma cadeia de rochas altíssimas, que criam grandes vales entre as montanhas. Assim, qualquer barulhinho ecoava e formava altíssimos sons. Os antigos diziam que estes sons eram de deuses caídos que estavam presos entres as rochas do Sinai.
• Estes deuses, diziam eles, se manifestavam através do fogo, entre os vales e nas cavernas.
• Naquela região, existiam pequenos ribeiros chamados wadis, rios sazonais, que apareciam na época das águas e desapareciam na seca.
• Assim, pequenos arbustos cresciam à beira desses rios e secaram com sua seca. Devido ao forte calor, estes arbustos secos se queimavam.
• Por isso, quando Moisés vê o arbusto queimando, não se assusta. O que deixa intrigado é que o mesmo não se consumia.
• Quando ouviu a voz, não temeu, devido à crença da manifestação de deuses naquela região.
• Moisés só cai em si quando ouve a voz falar de seus antepassados. Nesta hora, Moisés entende que falava alguém importante.
• Deus se revela através de seu nome.

1) O nome demonstra a essência

“Entre os povos primitivos e do antigo oriente, o nome denota a essência de algo: chamar algo pelo nome é conhecê-lo e, por conseguinte, possuir poder sobre ele”.
A essência total da pessoa concentrava-se em seu nome.
O nome de um deus no mundo antigo encerrava poder e podia ser perigoso ou beneficente. Assim, era importante conhecer o nome do deus.


2) A invocação do nome

No AT, era necessário invocar o nome de Javé para aproximar-se dele (Sl. 3.1; 6.1; 7.1; 8.1; 12.1). No próprio NT, a invocação do nome era importante, como Cristo ensinou aos seus discípulos: “Pai nosso [...] santificado seja o teu nome (Mt. 6.9).
Quando Deus tomou a iniciativa de revelar-se, começou pronunciando o próprio nome: “Eu sou Javé” (Ex. 6.2 – “Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o Senhor”; 20.1; 34.5-6 Gn. 35.11;).
Israel considerava o nome de Javé santo e insistia que ele não devia ser profanado (Lv. 22.2 – “Dize a Arão e aos seus filhos que se abstenham das coisas sagradas, dedicadas a mim pelos filhos de Israel, para que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.”)
O nome de Javé substituía o próprio Deus, representando toda sua presença santa.

3) Significado e a importância do nome do Deus de Israel

O nome Javé parece vir de um verbo hebraico, hayah, ser, tornar-se. Assim temos algumas explicações para o nome de Deus:
• Eu sou;
• Aquele que é;
• Aquele que está;
• “Eu sou aquele que está para vós – presente de modo real e verdadeiro, pronto para ajudar e agir” .

A partir daí, pode-se entender que Javé estava dando segurança a Moisés ao afirmar “Estou contigo”. Pela revelação de seu nome, Javé (Eu Sou, ou Eu Serei) Deus estava prometendo sua presença a Moisés. Deus estaria com ele. Na grande comissão, Jesus prometeu estar com os discípulos sempre, até o fim dos tempos (Mt. 28.20).
Is. 7:14 – Imanu – El (Deus conosco; Deus junto de; Deus acompanhado a).
O propósito aqui é de Deus revelar a sua ação, nem tanto a sua essência, que não ficava presa ao seu título, mas aos seus atos.

4) O nome de Deus e sua presença

O nome de Deus representa sua essência, presença e poder. Talvez essa seja o motivo pelo qual o nome Javé ocorre com tanta freqüência (cerca de 6.700 vezes) no AT, enquanto Elohim ocorre 2.500 vezes.
Javé era o nome a ser cultuado.

5) Conclusão

A revelar seu nome a Moisés, e por sua vez a Israel, Deus escolhe ser descrito como “individuo”. Javé é pessoal, relaciona-se ao passado, presente e futuro.

• Deus, mostrando seu nome, deixa de ser um conceito e passa a ser alguém que anda com o homem;
• Ele está ao nosso lado.
• Como hoje poderíamos chamar o Deus que conhecemos?

O AMOR COMO COMPORTAMENTO CRISTÃO

1° Co. 13:4-8.

(NVI) O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.

Para iniciar este sermão, far-se-á uma breve definição da palavra amor neste texto.

Várias palavras são usadas no grego para descrever o amor: Eros (desejo ardente, paixão), phileo (fraternidade, amor recíproco), storgé (afeição).
Mas neste texto bíblico a palavra usada é Ágape (amor incondicional, não exige nada em troca, baseado no comportamento com os outros).
A partir da definição do texto lido, procuremos entender mais sobre o amor.

A partir destes textos bíblicos, pode-se tirar algumas palavras como características do amor:
• Paciência;
• Bondade;
• Humildade;
• Respeito;
• Abnegação;
• Perdão;
• Honestidade;
• Compromisso.

Todos estes conceitos são comportamentos e não sentimentos. Analisemos todos individualmente:

1) Paciência: Mostrar autocontrole.

2) Bondade: dar atenção, apreciação, incentivo.
- Não é ouvir seletivamente, com pré-julgamentos, mas ouvir e analisar a fala a partir da perspectiva do falante e não do ouvinte.
- Pesquisas comprovam que uma pessoa gasta 65% de seu tempo ouvindo, 20% falando, 9% lendo e 6% escrevendo.
- Prestar atenção às pessoas é uma necessidade humana legítima.
- Valorizar as coisas boas que as pessoas fazem. Receber elogios é uma necessidade humana. Mas, o elogio deve ser sincero e específico.

3) Humildade: ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância.
- Ser humilde é ser real e autêntico com as pessoas e descartar as máscaras falsas.

4) Respeito: tratar as pessoas como se fossem importantes.
- Ter comportamentos positivos com todos, não importando seu status social.

5) Abnegação: satisfazer as necessidades dos outros.
- O oposto da abnegação é o egoísmo;
- Satisfazer as necessidades dos outros, mesmo que isso implique em sacrificar a si mesmo.
- Lembre-se: satisfazer as necessidades e não as vontades.

6) Perdão: Desistir de ressentimento quando enganado.
- As pessoas não são perfeitas e de uma maneira ou de outra agredirão você.
- Perdoar é lidar de modo afirmativo com as situações que aparecem e depois desapegar-se de qualquer resquício de ressentimento.
- Ressentimento consome sua energia e te torna ineficiente.

7) Honestidade: Livre de engano.
- Isento de engano e dedicado a verdade a todo custo.

8) Compromisso: ater-se(sustentar) as suas escolhas.
- Comprometer-se com os compromissos feitos na vida.
- Existe uma diferença entre envolvimento e comprometimento (Ex.: Ovos c/ Bacon).
- O verdadeiro compromisso envolve o crescimento do indivíduo e do grupo, junto com o aperfeiçoamento constante.

Concluindo, amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como se comporta em relação aos outros.

Baseado no livro HUNTER, J.C.O monge e o Executivo:Uma história sobre a essência da liderança. 14ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 139p.

A VERDADEIRA BÊNÇÃO DE DEUS

TEXTO BASE: Nm. 6:22-27
“Disse o SENHOR a Moisés: Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhes-eis: O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei.”


Todos buscam bênçãos! Esta premissa é verdadeira, na medida em que em todos os templos de nosso país vemos homens e mulheres, de todas as idades, classes sociais, indistintamente, clamando a Deus por uma resposta a suas aflições.
Problemas mais diversos são apresentados a Deus em busca de uma solução. Muitas vezes, a resposta vem. Outras, não. Por isso, muitos se perguntam: O que, verdadeiramente é a bênção de Deus?
Este texto, que é conhecido por muitos, relata sobre a bênção sacerdotal, dada por Deus a Moisés, para ser aplicada a todo o povo de Israel. Ela é diferente de tudo aquilo que nesses se entende por bênção.
Por isso, faz-se necessário entender este conceito bíblico de bênção e seus efeitos nos tempos modernos, a partir deste texto bíblico.

1) Que o Senhor te abençoe e te guarde (v. 24):
O primeiro conceito que se pode extrair deste texto é que Deus é a fonte de todas as bênçãos. Ele é o abençoador. É ele que suprirá todas as necessidades humanas.
Analisando o termo abençoar, encontra-se o seguinte: “dotar de poder para o sucesso; liberar para ser bem sucedido e próspero”. Quando se é abençoado por Deus, recebe-se a capacidade de se desenvolver na vida. Não é receber bênçãos gratuitas, mas a capacidade (física, emocional e espiritual) de alcançá-las.
Além de nos abençoar, o Senhor nos guarda. Ele cuida, zela nos observa na caminhada, além de dar a capacitação, ele nunca se afasta.

2) Faça resplandecer o seu rosto (v. 25a):
Encontram-se três conceitos neste trecho:
• Aprovação: o brilho do rosto pode significar estar alegre em relação a alguém. Em Ne. 8:10B diz: “a alegria do Senhor é a nossa força”. Um grande sinal de ser abençoado é conquistar a aprovação de Deus em sua vida.
• Proteção: pelos caminhos da vida, que são tenebrosos, faz-se necessária a iluminação de Deus aos nossos passos. Ele é o Sol da justiça, é a luz que dissipa as trevas.
• Expressão de Amor: face resplandecente também pode significar uma expressão de amor, na medida em que, o amor ilumina o homem. Assim, quando Deus resplandece sua face sobre o homem, demonstra o quanto Ele o ama, e por isso, concede ao indivíduo a resolução para todas as suas necessidades.

3) Tenha misericórdia sobre ti (v. 25b):
Misericórdia é equivalente à graça (favor imerecido). Em Deus, tem-se tudo aquilo que é necessário para a subsistência:
- coisas boas (Bênçãos): concessão de todas as coisas para realização plena do homem;
- coisas ruins (provações): dificuldades permitidas por Deus para o amadurecimento do homem frente à vida.
O maior benefício (graça) que Deus dá ao homem é o de aprender a viver a partir de sua experiência, através de seus erros e acertos.
Muitos não entendem o porquê das dificuldades. Mas, ao transcorrer de cada problema, o homem amadurece, cresce como indivíduo, mesmo que muitas vezes sem perceber.
Esta é a misericórdia de Deus: permitir e auxiliar no desenvolvimento integral do ser humano através de suas próprias experiências.

4) Levante o seu rosto (v. 26a):
Rosto aqui pode significar tanto a face de Deus quanto a presença de Deus.
Deus volta a sua face aos seus filhos para lhes fazer o bem. Isto mostra que Deus se importa com o bem do homem.
È Deus que se revela. Ele está sempre presente para aqueles que o buscam.

5) E te dê a paz (v. 26b):
A palavra bíblica neste texto para paz (Shalom, em hebraico) significa: ausência de discórdia, segurança, retidão, término, cumprimento.
A Paz de Deus é completa. Quando alguém recebe a paz de Deus, não precisa de mais nada.
A paz, entre os povos semíticos (do AT.), era declarada quando duas tribos ou nações acordavam, através de alianças, que não guerreariam entre si. A partir deste acordo de não-confronto, a paz estava alcançada.
Assim, paz era provisão de uma aliança. Por isso, só tem a genuína paz aqueles que possuem uma aliança com Deus.

6) Porão o meu nome sobre os filhos de Israel (v. 27a):
Nome naquela época não era apenas um título, significava presença, poder e bênção.
O cristão deve ser reconhecido como “Aquele que tem o nome de Deus”.
O nome era também a declaração do caráter do indivíduo. Por isso, aquele que tem o nome de Deus em sua vida é o indivíduo que possui o caráter de Deus em si.

7) E Eu os abençoarei (v. 27b):
Aquele que é:
- guardado por Deus;
- tem o brilho do rosto do Senhor sobre Ele;
- goza da paz divina;
- tem o nome do Senhor sobre Ele;
- Este sim é um abençoado, um agraciado por Deus.

8) E como alcançar estas bênçãos?
Se quisermos gozar das bênçãos dadas a Deus ao povo de Israel, devemos buscar uma ligação entre o povo de Israel e os outros povos.
Esta ligação é feita por Jesus Cristo, que veio a esta terra e cumpriu as promessas do Senhor, inclusive a que está em Gn. 12:3: “abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
Para se receber estas bênçãos, é necessário então, caminhar verdadeiramente com Cristo.

Então, por que não começar a ser abençoado agora?

10/11/2006

POLÍTICA E TRINDADE - GISBERT GRESHAKE

Ø O autor entende que o mistério trinitário serve como paradigma para a compreensão do indivíduo no mundo que o cerca.

Ø Assim, a Trindade serve como modelo para as relações do homem na sociedade e, por assim dizer, nas formas de governo (política).

Ø Trindade: mistério transcendente da fé, que não se pode compreender, apenas adorar.

Ø Política: busca de poder, equilíbrio de interesses, configuração do mundo social.

1) Imagem de Deus – imagem do homem

Ø O homem é a imagem de Deus.

Ø Assim, para se conhecer uma sociedade, basta conhecer a que Deus serve (Emil Brunner).

Ø As religiões buscam a unificação da realidade e a ordenação social.

Ø Se a política trata da integração da sociedade, é necessário que o poder político se legitime em fundamentos religiosos, para compreender a ordem e o sentido da realidade.

2) Teologia política no Ocidente

Ø Um Deus (supremo), um soberano como imagem deste Deus, um reino. Esta fórmula era usada para legitimar o poder do império e da Igreja.

Ø Como o mundo é governado por um único Senhor, o governo também deve ser exercido por uma única pessoa.

Ø Relação monoteísmo – ditadura: Quem se subordina a um único Deus, está disposto a se sujeitar a um único homem.

Ø Qual a conseqüência da relação entre o mundo simbólico unitário e a ordenação da sociedade terrena?
· Em todas as partes se reduz a multiplicidade, a pluralidade para um;
· E este um se converte de algum modo em magnitude determinante e império totalitário.

3) A oposição da fé trinitária (E. Peterson – Alemanha 2ª Guerra)

Ø Acima do monoteísmo está a doutrina da trindade.

Ø A trindade é o único reflexo de Deus na criação e conseqüentemente ninguém forma um governo terreno na imagem do Deus trino.

Ø Pannenberg: Certo de que os homens estão fadados a vida comunitária, e que só em sociedade isto é possível, faz-se necessário governos que provisoriamente instalem características do reino de Deus na terra.

4) Trindade como fonte de inspiração (L. Boff)

Ø A fé trinitária deve ser uma fonte de inspiração para uma teoria e uma práxis social aberta.

Ø A trindade, ao mesmo tempo que possui unidade, é multiplicidade. Mas sua ação privilegia a igualdade.

Ø O Deus trino não é um poder absoluto, mas sim participativo.

Ø A trindade é a norma em que se deve adaptar a vida social, como unidade que reconhece as diferenças da pluralidade desenvolvendo-se na participação recíproca.

5) A Luta pelo poder totalitário dos sujeitos modernos

Ø O homem atual busca ser o foco da unidade e o centro da realidade, no lugar do Deus trino.

Ø Só que como todos querem o centro, a sociedade oferece uma pluralidade de ações sociais, para atenderem a todos, que acabam sendo absorvidos pelo sistema social que os domina. No fim, o ser se torna abstrato e dominado.

6) A alternativa: a Abolição do sujeito

Ø Sujeito negar a si mesmo de duas formas:
· Negar seu desejo e se esconder da realidade;
· Negar seus desejos e aceitar o que a realidade oferece.

Ø Autodestruição ou autoconformação.

7) Orientação face ao Deus trino

Ø Unidade mediante multiplicidade/pluralidade mediante unidade.

Ø Pessoa: autodeterminação graças ao outro, mediante ao outro e pela entrega ao outro e pelo laço comum que os une.

Ø Assim, o ser humano busca a vida social no abrir-se ao outro, só assim alcançará sua autêntica personalidade.

Ø Faz-se necessário apresentar a trindade como modelo de vida social, onde a unidade e a pluralidade são igualmente originárias e que geram uma vida de entrega mútua.

95 Teses para a Igreja de Hoje

Por José Barbosa Junior

No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero afixou, na Abadia de Wittemberg, 95 teses em que desafiava a Igreja Católica a debater sobre a venda de indulgências. O fato desencadeou o que mais tarde seria conhecido como a Reforma Protestante, movimento que marcou a história da humanidade.488 anos depois, ao vermos a igreja “protestante” navegar por mares incertos e perigosos, decidimos lançar em comemoração a esta data tão importante em nossa história, um manifesto pela volta à simplicidade do Evangelho, segundo as Escrituras.O lema Eclesia reformata, semper reformanda, deve estar sempre ecoando em nossos ouvidos, chamando-nos à responsabilidade de sempre caminharmos segundo a Palavra, sem nos deixarmos levar por ventos de doutrinas e movimentos que tentam transformar a Igreja de Cristo, num circo eclesiástico, nas mãos de líderes inescrupulosos, que manipulam o povo ao seu bel prazer, tudo isso em nome de Deus! Fica lançado aqui o nosso desafio. Não temos a pretensão de iniciarmos uma “nova reforma”, mas simplesmente levar o povo de Deus a uma reflexão sincera e bíblica daquilo que temos vivido como Igreja de Cristo em nosso tempo.O texto abaixo surge muito mais como desabafo e lamento do que como proposta de revolução.“Non nobis Domine, sed nomini Tuo da gloriam” (Salmo 115.1)


95 Teses para a Igreja de Hoje

1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)

2 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)

3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)

4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)

5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1 Jo 5.19; Sl 24.1)

8 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como golpe final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)

9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)

10 – Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)

12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)

13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11)

14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)

15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”, exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)

16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. (Rm 8.19-23)

18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)

19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)

20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)

21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)

23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... (Sl 150)

24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)

25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. (Gl 6.1)

26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)

27 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18)

28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)

29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)

30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)

31 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)

32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)

33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)

34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)

35 – A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)

36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36)

37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10)

38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)

39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)

40 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21)

41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15)

42 – Repugnamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)

43 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)

44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)

45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)

46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido” para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)

47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)

48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)

49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido com a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6)

50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)

51 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)

52 – Reafirmamos que o véu que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)

53 – Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)

54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)

55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.” Que sejamos sábios para não misturar as coisas. (Jr 23.28)

56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)

57 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)

58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)

59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc... (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)

60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)

61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)

62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)

63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16)

64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc... pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)

65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções”. (1 Jo 2.20,27)

66 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)

67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1)

68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150)

69 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16)

70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus. (Hb 11.1)

71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22)

72 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)

73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. (1 Pe 2.9)

74 – Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5)

75 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)

76 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)

77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23)

78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27)

79 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc... é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2)

80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)

81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36)

82 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8)

83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)

84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, sejam o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)

85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)

86 – Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome... e me destes de comer...” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18)

87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5)

88 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)

89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. (1 Pe 5.2)

90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e retermos o que é bom”. (1 Ts 5.21)

91 – Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17)

92 – Somente a Graça. (Ef 2.8-9)

93 – Somente a Fé. (Rm 1.17)

94 – Somente Cristo. (At 17.28)

95 – Glória somente a Deus (Jd 24-25)

5/08/2006

A Espiritualidade e Educação Teológica: UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO DA IGREJA BRASILEIRA ENTRE CONHECIMENTO ACADÊMICO E A PRÁXIS CRISTÃ

Espiritualidade e educação teológica parecem dois temas conflitantes. O que mais se vê são igrejas reclamando de enviar seus membros aos cursos de teologia e os mesmos voltarem “mortos espiritualmente”. Alguns até dizem que academia é lugar de “deserto espiritual”.
Este conflito entre razão e espiritualidade se acentuou na modernidade, onde a divisão entre razão e sentido chegou ao seu extremo. Neste sentido, o protestantismo também ficou dividido entre Dogmatismo/fundamentalismo e, liberalismo/progressismo. Para se entender melhor este conflito, traçar-se-á uma linha paralela desses dois modos de reflexão teológica.

Liberalismo/Progressismo
Ø Subordinação da fé à razão a fim de manter o prestígio intelectual da teologia;
Ø Forma racionalista de compreensão da prática da fé;
Ø Estudo teológico baseado no treinamento intelectual profundo, fundamentado no domínio da filosofia e do raciocínio crítico;
Ø Currículos privilegiando a teologia sistemática e a exegese, tratando ligeiramente sobre a pratica ministerial e a vida cristã;
Ø Espiritualidade vista como “agir ético baseado em princípios racionais e situacionais”;
Ø Amor identificado como prática do bem aos necessitados;
Ø Espiritualidade vinculada à Obediência – aos ditames da razão e da liberdade individual, e não a regras impostas.

Dogmatismo/Fundamentalismo
Ø Formação teológica exclusivamente espiritual, aonde a “razão era subordinada à vida de oração, meditação da Palavra e prática do serviço a Deus na Igreja”;
Ø Teologia como apologética, mostrando a rebeldia da razão e o caráter herético do liberalismo;
Ø Espiritualidade como reta doutrina ou reto comportamento. A base da espiritualidade passou a ser a ética;
Ø Enfim, a palavra chave da espiritualidade aqui também é a obediência – “à Escritura (subordinando a razão à doutrina e o intelecto à Bíblia), à vontade de Deus (comportamento vinculado à lei de Deus), à autoridade eclesiástica (ela é garantia de fidelidade à Escritura e a vontade de Deus)”.

O Brasil foi mais influenciado pelo fundamentalismo norte-americano, dando mais ênfase à prática ministerial, dada a necessidade de crescimento e afirmação social das Igrejas. Assim, o critério de avaliação de um seminário era e eficiência na formação de alunos preparados para o ministério.
No nosso país, o conflito ficou entre teoria e prática, ao invés de razão e fé. Assim, a formação teológica basea-se em criar bons líderes que consigam alavancar grandes ministérios. Se estes formados não têm bom êxito, desconfia-se da “espiritualidade” de sua formação.
Então, a espiritualidade ministerial tem como palavra chave conformidade. “Ser espiritual é ser conforme as expectativas ministeriais da igreja ou da comunidade que pastoreia”.
Após o advento da pós-modernidade, o líder passa por uma crise de identidade. A concorrência do mercado cristão, influenciado decisivamente pelas mega-igrejas nos grandes centros (ditando as normas que influenciam as demais igrejas), gera uma série de modelos de ministério e de igrejas que, muitas vezes, se tornam ineficazes.
Isto influencia a formação teológica e a espiritualidade:

Escolas conservadoras:
Ø Exigências do mercado (competição entre igrejas, rápido crescimento, valorização do empirismo) não combinam com a formação pastoral. Assim, seus alunos já alcançam o padrão exigido;
Ø Sem essa eficácia, as igrejas começam a desconfiar da espiritualidade destes seminários e de seus ministros. Sinas disso são a ordenação cada vez maior de líderes sem formação teológica, criação de seminários de pequeno porte (com a visão de suas igrejas), busca por cursos de menor duração e enfáticos nas áreas de gestão e administração, no lugar da teologia.

Escolas Progressistas:
Ø Desconfiança na razão põe em xeque o estudo crítico das Escrituras;
Ø À distância entre teoria e prática aumenta, quando mais as habilidades dos alunos não atendem a demanda do ministério pastoral competitivo;
Ø O discurso progressista é chamado de saudosista, devido ao declínio do compromisso político-social e a descrença em mudanças sócio-econômicas.

Existem já reações à pós-modernidade. Alguns sinais são:
“A revalorização da comunhão e do estudo no âmbito da igreja local, através das várias propostas de pequenos grupos e discipulado; surgimento de novas formas de espiritualidade, baseada nos livros de James Houston, Ricardo Barbosa, Eugene Peterson e Henri Nouwen; revalorização da reflexão teológica a partir da prática e crítica, através de encontro s de pastores e líderes; Investimento na criação de cursos teológicos a nível superior; o número crescente de líderes eclesiásticos que buscam aperfeiçoamento ministerial através de cursos de pós-graduação teológica; a busca de novos modelos de teologia e espiritualidade das faculdades e seminários teológicos”.

Após toda esta perspectiva da relação entre espiritualidade e formação teológica, traçar-se-á como relacioná-los frente aos desafios atuais.
Em primeiro lugar, quem dá o crescimento espiritual é Deus: “Desisti de esperar que pessoas ou instituições de proporcionassem aquilo que já estava bem ali, no meu quintal”.
A primeira pessoa responsável pelo próprio crescimento é o estudante, pois o Espírito Santo habita nele. A igreja local e o seminário (academia) são co-participantes, criando um ambiente propício para seu desenvolvimento, e a maturidade espiritual é um lugar conflitivo, de permanente confronto da pessoa na comunidade a que pertence e estuda (contra o Diabo, o mundo, a carne, o pecado).
À Igreja cabe selecionar bem as pessoas enviadas para os seminários. Não devem ser neófitos na fé, nem pessoas que nunca exerceram ministérios reconhecidos na comunidade. Muito menos pessoas problemáticas, para que os seminários as conserte. Preparação ministerial e teológica devem ser somente para aqueles que estão em processo de amadurecimento espiritual.
Não basta só enviar, mas continuar acompanhando-o como irmão, e não como “projeto de pastor”.
A escola teológica cabe a formação crítica do indivíduo, tendo uma visão clara de seu ministério, nunca se esquecendo da formação espiritual do aluno.
Completando esta reflexão, não se pode deixar de citar que o discernimento deve permear tanto a formação teológica como a espiritual. Nada pode fazer a ligação entre fé e razão melhor do que o discernimento. Colossenses 1:9-14 deve ser o ensinamento base de Paulo para o caminhar árduo na busca do equilíbrio entre teoria e prática, razão e fé:
“Por esta razão, nós também, desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus,
Corroborados com toda a fortaleza, segundo o poder da sua glória, para toda a perseverança e longanimidade com gozo;
Dando graças ao Pai que vos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz,
E que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado;
Em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados”.
(Colossenses 1:9-14).



BIBLIOGRAFIA

ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. A Espiritualidade e a formação Pastoral. In: BOMILCAR, Nelson (Org.). O melhor da espiritualidade brasileira. São Paulo: Mundo Cristão, 2005. p. 255-272.

4/16/2006

RESENHA DO LIVRO IGREJA S/A

PASTOR & OVELHAS X CLERO & PLEBE – QUAL O GENUÍNO MODELO?

WAGNER, E. Glenn. Igreja S/A: Dando adeus à Igreja-Empresa, recuperando o sentido da Igreja-Rebanho. São Paulo: Ed. Vida, 2001. 273p.

E. Glenn Wagner é pastor titular da Calvary Church, em Charlotte, Carolina do Norte, EUA. É Mestre em Ciências humanas pela Grace Graduate School, Ph.D em Religiões e Sociedade pela Oxford Graduate School e doutor em Ministério pela Northwest Graduate School of Ministry. Foi vice-presidente do ministério Promisse Keepers (Homens da Promessa), e escreveu o livro Igreja S/A, relatando de maneira bem pessoal sobre os problemas que as Igrejas nos EUA têm enfrentado a partir do modelo igreja-empresa, quais as suas características e conseqüências. Wagner também aponta para um paradigma abandonado (igreja-rebanho) e quais as vantagens deste modelo para o corpo de Cristo.
O livro está dividido em três partes, e subdividido em doze capítulos. A primeira parte apresenta os problemas do modelo atual de igreja, em quatro capítulos. Já na segunda parte o autor traz uma reflexão sobre as dificuldades, desafios e possibilidades de se ser genuinamente um pastor, através de cinco capítulos. Glenn se utiliza dos três últimos capítulos para relatar sobre os benefícios de se ter uma igreja organismo, viva. Wagner conclui o livro convocando as Igrejas e seus pastores a experimentarem o novo (ou quem sabe o velho) modelo de Igreja que o Senhor idealizou (a relação pastor-rebanho).
No primeiro Capítulo, Glenn Wagner aborda os problemas enfrentados pelas igrejas norte-americanas com o modelo igreja-empresa. Wagner pontua que não é necessária uma resposta nova aos problemas atuais, mas um retorno aos princípios antigos, ao modelo original de Deus para o ministério pastoral.
Já no segundo capítulo, Glenn relata sobre o modelo negligenciado pelas igrejas americanas. Wagner discorre sobre as mudanças sociais e o distanciamento da verdadeira e tradicional função (Pastor) para as funções atuais de gerenciador, líder, dentre outros. O autor enfatiza claramente, de maneira até redundante, que Deus comissionou os pastores para cuidar, zelar, se preocupar com seu povo.
Continuando, no capítulo de número três (Uma mudança desastrosa), o autor critica a ênfase dada nos últimos anos a modelos sociológicos e psicológicos, ao invés da busca por modelos bíblicos e teológicos de se fazer igreja.
Terminando esta primeira parte, o capítulo quatro expõe que o propósito da igreja deve ser simples. Deve-se buscar a restauração dos aspectos básicos: Igreja = ovelhas, Líder = Pastor. Simplicidade, esta é a palavra chave deste capítulo.
Partindo para segunda parte do livro (cap. 5 a 9), Glenn Wagner trata sobre a vida do pastor. No capítulo cinco, Wagner discorre sobre a identidade do Pastor. É necessário entender o que significa ser pastor, pois Deus escolheu o modelo de Pastor de Ovelhas e não outro e as pessoas necessitam realmente é daquele que pastoreia o rebanho de Deus. Esta é sua identidade.
No sexto capítulo, Glenn traça o perfil que Deus faz do Pastor. Primeiro, o autor tração perfil de Deus como Pastor, de Jesus como Pastor e de líderes humanos como pastores. O termo chave para o caráter do Pastor é Cuidado Amável.
Já no sétimo capítulo, o autor faz uma distinção entre líder e pastor. Esta não é só uma diferença semântica, mas de conceitos. Líder se preocupa com projetos, metas, objetivos e não com pessoas. Na Igreja, isto faz toda a diferença, pois igreja é lugar de relacionamentos, e não de metas alcançadas e nem de objetivos conquistados a qualquer preço.
No capítulo de número oito, Glenn aborda o tema “o Chamado de Deus”. O autor declara que todo pastor deve ter plena consciência de que recebeu um chamado divino. Para se entender este chamado, um bom requisito é saber se o pastor tem dons pessoais necessários ao pastorado (Cuidado e ensino). Paixão pelo ministério pastoral também é indispensável. A confirmação da Igreja local é sobremaneira necessária para a validação do chamado pastoral.
Fechando a segunda parte, Wagner registra no capítulo nove a glória de ser pastor na medida em que o pastorado é uma oportunidade única dada por Deus. Mas, a glória também consiste em ser censurado pelo mundo por amor a Cristo. A censura deve ser visto como instrumento para união com Cristo.
Na última parte do livro, o autor trata dos relacionamentos. No décimo capítulo, Glenn Wagner relata que a Igreja é o lugar aonde podemos ser treinados e desafiados para encorajar e ajudar uns aos outros. Os relacionamentos ajudam a desenvolver na comunidade o acesso da Palavra de Deus, e a própria vida é estimada, na medida em que o indivíduo é valorizado.
No décimo primeiro capítulo, Wagner, a partir de acompanhamentos feitos com cinco pastores e um ex-pastor, demonstra através de entrevistas que este método pastoral funciona nos EUA.
Terminando o livro (décimo segundo capítulo e epílogo), o autor convoca a igreja para um reavivamento, centrado nas Escrituras e no modelo pastoral, que pode ser a restauração da igreja nesses dias, através de uma mudança de atitude e retorno ao paradigma eclesial bíblico.
Concluindo, o livro Igreja S/A traz a reflexão os modelos de igrejas atuais em contrapartida com o modelo bíblico. É interessante notar a ênfase que Wagner coloca na igreja como local de relacionamentos e de cuidado afetivo. Pastor e ovelhas se relacionam e amor, não em hierarquia. O ponto negativo do livro está na falta de apresentação do modelo Pastoral de forma objetiva, simplificado como “Cuidado e Relacionamentos”. Mas, no geral, o livro discorre bem sobre o assunto.
Pode ser indicado a pastores iniciantes e experientes, leigos que desejam auxiliar nas suas igrejas e a todos os estudantes de teologia que buscam o estudo de novos modelos eclesiais para os dias atuais.

CRISTO, COMPASSIVO E SOLIDÁRIO:O MODELO PARA O PASTOR URBANO

CRISTO, COMPASSIVO E SOLIDÁRIO:O MODELO PARA O PASTOR URBANO

BARRO, Antonio Carlos. O Pastor Urbano é um servo compassivo e solidário. In: BARRO, Jorge H. O Pastor Urbano. Londrina: Ed. Descoberta, 2001. p. 126-146.

Antônio Carlos Barro, um dos fundadores e professor da Faculdade Teológica Sul-Americana (Londrina/PR); doutor em Missiologia pelo Fuller Theological Seminary (Califórnia/EUA); membro da Fraternidade Teológica latino-Americana, setor Brasil; pastor da oitava Igreja Presbiteriana de Londrino, escreveu o artigo intitulado “O Pastor Urbano é um Servo Compassivo e solidário”, sobre as motivações certas para desenvolvimento do ministério pastoral urbano baseado na pessoa de Cristo, servo compassivo e solidário.
Barro usa como exemplo norteador para o pastor o ministério de solidariedade e compaixão de Cristo, de maneira clara e objetiva, trazendo ao leitor uma compreensão clara do posicionamento do leitor frente aos desafios atuais.
Compaixão e solidariedade são termos intrínsecos ao ministério pastoral. Neste mundo atual, tão individualista, é difícil o exercício pastoral solidário e compassivo. Mas deve-se levar em conta que Cristo, o modelo, exercia de forma ideal seu ministério com carinho e afeto, e deve-se entender e aplicar os conceitos deixados pelo Mestre.
Conceituando os termos, solidariedade significa “estar ao lado do outro para ajudá-lo no momento de necessidade, partilhando da dor e luta do próximo” (128). Compaixão é sofrer com alguém. Estes conceitos foram presentes no ministério de Cristo. A vinda de Cristo habitando entre nós, sua empatia com a raça humana nos demonstram sua solidariedade para com a criação.
Jesus se envolvia em solidariedade e compaixão tanto com as multidões, quanto com os indivíduos. Exemplos disso são a cura dos enfermos (Mt. 14:14), multiplicação dos pães (Mt. 15:32), cura do leproso (Mc. 1:40-41) dentre outros. A compaixão de Cristo o levava a ser solidário até as últimas conseqüências, para demonstrar o amor de Deus ao ser humano.
Infelizmente no mundo atual, esses conceitos da vida de Cristo estão ausentes de muitos ministérios. A grande preocupação não está no serviço diaconal e conceitual, mas sim no crescimento numérico a qualquer preço. Pobreza é sinal de maldição, de pecados ocultos. Isto é causado por uma falta de entendimento dos propósitos de Deus na encarnação de Cristo. O interesse está em que as pessoas podem oferecer, e não em quem elas realmente são.
Um dos maiores desafios atuais para as igrejas evangélicas está na questão do estilo de vida cristão. É necessário uma redescoberta dos valores e princípios norteadores dos primórdios da Igreja de Cristo. Dentre estes valores, deve-se destacar a redescoberta da verdadeira teologia, “informada pelo contexto onde a Igreja está inserida e deve endereçar todos os aspectos da vida” (136), uma teologia integral, para o ser integral; os dons da Igreja devem ser praticados em meio à sociedade, e não entre quatro paredes; cada cristão é um sacerdote de Deus, todos pertencem ao povo de Deus e devem participar da Missio Dei.
Como Igreja brasileira, o maior desafio nestes dias é a má distribuição de renda, que gera as grandes desigualdades sociais. Para se entender sobre isso, faz-se necessário ao Pastor conhecer bem o contexto onde sua comunidade está inserida, através de pesquisa em seu bairro ou cidade. Deve-se avaliar quais dos problemas descobertos podem ser trabalhados pela Igreja local. De extrema valia seria o envolvimento de todas as igrejas locais de uma cidade ou bairro em um trabalho conjunto neste sentido.
Concluindo, o Pastor Urbano deve “espelhar a vida de Cristo aos outros”. Não se preocupar com o resultado numérico, mas sim, com o cumprimento das instruções de Cristo. Neste sentido, o Pastor deve ser um praticante e incentivador de ações diversas no meio da igreja local, que levam à uma conscientização do papel da igreja como instrumento de Deus neste mundo.
Este texto é indicado a todo Pastor, iniciante ou experiente no ministério, frente aos grandes desafios que são encontrados em nossa sociedade pós-moderna.

OS EFEITOS DA URBANIDADE NA VIVÊNCIA DA FÉ CRISTÃ

O pós-modernismo tem trazido sérios desvios dentro do comportamento humano, principalmente no que diz respeito ao convívio social, aonde têm se espalhado o individualismo e o “culto do Eu”.
Neste novo período em que a sociedade se localiza, o grande termo em que podemos reduzir todos os conceitos pós-modernos é o individualismo. As pessoas estão a cada dia mais individualistas, centradas em si, preocupadas somente com o que precisam, em detrimento da comunidade.
Este individualismo tem, infelizmente, penetrado as nossas igrejas, e muitas vezes até mesmo os nossos púlpitos, de onde tem saído verdadeiras “teologias individualistas”, aonde o mais importante é a sua satisfação, são seus desejos alcançados, não importa os meios, “Deus tem que fazer e pronto, determine”. Este liberalismo extremo, fere seriamente vários fundamentos bíblicos, como o amor, a comunhão e o serviço.
Assim sendo, cabe a nós, corpo de Cristo, expurgar de nosso meio esta centralização do “Eu” que tem sido disseminada sistematicamente pelo mundo, e, muitas vezes, aprovada e praticadas em nossos templos.

4/14/2006

Igreja, para que?
Mateus 22 - 34 : 40
Mt. 22:34-40; 28:18-20
Se nós quisermos atuar de uma forma relevante, no ministério da Igreja, cada um, pessoalmente, precisa levar a sério o conhecimento da Palavra de Deus, a respeito das exigências que essa mesma Palavra tem para cada um que queira ser ministro de Deus. Ministro da Igreja de Jesus Cristo.

Precisamos por no trabalho o nosso coração. Precisamos ter consciência dos carismas dos dons, dos talentos, das habilidades, do poder espiritual que Deus coloca à nossa disposição, para cumprimento desse ministério.

Precisamos também, levar em consideração, o caráter, o crescimento na nossa vida espiritual, para que nos assemelhemos mais e mais a Cristo, nosso Pastor maior.

Ter convicção daquilo que fazemos e ter a coragem de assumir um compromisso com a Igreja do Senhor Jesus.

Mas, tenho para mim que talvez, para que a gente possa redescobrir o ministério nosso, na Igreja do senhor Jesus Cristo, talvez uma pergunta preliminar esteja pairando no espírito e no coração da Igreja, no coração das pessoas. Eu gostaria de abordar um pouquinho essa questão. Talvez precisemos começar por redescobrir a própria Igreja.

O que é afinal a Igreja? Por que existe a Igreja? E se nós soubermos responder à luz da Palavra de Deus estas questões: Para que existe a Igreja?Qual é a missão da Igreja? Qual é a função da Igreja? \qual é o papel da Igreja? Qual é o lugar da Igreja?

Nós podemos responder, quem sabe, com muito mais propriedade a questão do nosso ministério, nessa mesma Igreja. Começamos por lembrar que a Igreja não é invenção nossa. A Igreja não é criação nossa. Não fomos nós que criamos a Igreja. Não fomos nós que inventamos a Igreja. A Igreja foi estabelecida e fundada pelo próprio Jesus Cristo, onde num momento especial, de manifestação de uma palavra de fé, de um dos seus apóstolos, Jesus usa aquela expressão marcante, “edificarei a minha Igreja”. A Igreja foi fundada, estabelecida e inaugurada por Jesus Cristo. E veio para ficar. E será duradoura. E permanecerá até o final dos séculos, quando Deus cumprir o seu propósito na consumação dos séculos.

Até lá, existirá a Igreja do Senhor Jesus, que Ele estabeleceu para ser firmamento e firmeza da verdade entre os homens. E tão firme Ele a estabeleceu que nenhum poder, nem o poder do inferno prevalecerá contra a Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Os dois trechos de Mateus, referem-se “Ao grande mandamento” e “À grande comissão”. Alguém disse que, se uma Igreja quiser ser uma grande Igreja, ela tem que levar em consideração o grande mandamento e a grande comissão.

A missão da Igreja, o para que existe a Igreja não é invenção nossa. Portanto, mostrarei cinco faces da missão da Igreja. Isto é, a Igreja existe para a missão, mas qual é a missão da Igreja?


1) ADORAÇÃO
A Igreja existe para a Adoração. A missão da Igreja é adorar a Deus. O centro da vida da Igreja é Deus e não os homens. No coração da Igreja está Deus e não nós, com as nossas atividades. Nós repetimos desde a infância a primeira e fundamental pergunta do Catecismo Cristão: qual é o fim principal do homem? Glorificar a Deus e goza-lo para sempre. É usufruir da benção da presença da graça maravilhosa de Deus, revelada de forma extraordinária em Jesus Cristo. A direção da adoração é do crente para Deus. É da terra para o céu. Na adoração, nós glorificamos a Deus, expressando o nosso amor por Ele e comprometendo-nos com Ele. Expressamos nosso amor a Deus por aquilo que Ele é, diz e faz. E há diversas formas: nos hinos, cânticos, orações, súplicas, oferendas, dádivas, palavras, sacramentos. E sempre na genuína adoração, a presença de Deus é sentida, o perdão de Deus é oferecido, seus propósitos revelados, seu poder é mostrado.

Jesus estabelece duas condições para a adoração, ou seja, “em espírito e em verdade”. A adoração deve ser um ato de prazer, de alegria, não pode ter o sabor de sacrifício, de coisa penosa, de trabalho chato. Na adoração deve dominar o sentimento de alegria, o mesmo que permeia os Salmos.

Não tem sentido todo e qualquer gesto de adoração, onde nós não sintamos, no nosso coração, o prazer de usufruir a presença e a comunhão maravilhosa com Deus.

2) EVANGELIZAÇÃO
A Igreja existe para evangelizar. A missão da Igreja é evangelizar. Evangelizar é anunciar as boas novas. Mas que boas novas são estas? O que é que existe que podemos dizer, seja uma boa notícia para todos nós? A Palavra de Deus nos dá essa grande notícia: em Cristo Jesus nós passamos das trevas para a luz, saímos da perdição para a salvação, passamos da morte para a vida, do pecado para a graça. Que coisa extraordinária! O evangelho é a melhor notícia porque ele é a boa nova que acerta o nosso passado, dá significado ao nosso presente e assegura nosso futuro. Evangelizar é levar Jesus até as pessoas, é levar as pessoas até Jesus. Um bom exemplo é o de Natanael que foi apresentado a Jesus. Evangelizar é este movimento de atração, pelo qual nós trazemos as pessoas ao convívio, à comunhão com Cristo.

Evangelho que é difusão, “Ide por todo o mundo...”, mas também, evangelho que é atração: “Vem! Segue-me! Evangelização, essa maravilhosa avenida de duas mãos, de ir e de vir em nome do Senhor Jesus.

Essa é a missão da Igreja. Insubstituível, e que ninguém pode realizar em nome do Senhor, a não ser a sua Igreja.

3) COMUNHÃO
A Igreja é uma comunidade de amor, e existe para que nós aprendamos a viver em amor. Existe para esta santa comunhão. Todas as palavras usadas no Novo Testamento, para designar a Igreja de Jesus Cristo, são grandes coletivos. A Igreja é Corpo, família, edifício, povo, missão, sacerdócio, lavoura. A Igreja é sempre esse conjunto daqueles que estão numa comunhão tão estreita, a ponto de constituírem um só e mesmo corpo. Não crescemos isolados uns dos outros, mas temos que crescer como corpo, como família, como povo, em nome do Senhor. A Palavra de Deus ensina que a comunhão não é uma coisa opcional para os crentes. Não! É um mandamento. É uma exigência. João diz: “A prova de que andamos na luz é que temos comunhão uns com os outros”.

Existem muitas analogias sobre um cristão que está desconectado da Igreja. É como um soldado sem tropa, como ovelha longe do rebanho. Um crente, sem a família da Igreja, é um órfão. Órfão na vida, na fé, na esperança, no amor.

Para onde quer que olhemos o mundo de hoje, há sede e fome de comunhão. É a Igreja, por excelência, a comunidade da comunhão.

Os comerciais de cerveja, que aparecem na televisão, não tem objetivo de vender diretamente a cerveja. Eles querem vender a amizade, porque com a amizade eles vendem a cerveja. Ninguém é visto bebendo sozinho, todos estão sempre bebendo em comunhão. Porque os comerciais descobriram que, ninguém, e particularmente a nova geração, de mentalidade tão independente, se encontra num estado de saudosismo tal que o que eles mais desejam é o convívio. É a comunhão. E a cerveja é um bom pretexto para o convívio, para a comunhão.

Que convívio e que comunhão maior, que aquela provocada pela presença maravilhosa de Jesus Cristo.

4) DISCIPULADO
A Igreja existe para o discipulado. A missão da Igreja é discipular. Como Igreja nós somos chamados, não apenas para alcançar as pessoas, mas também, para ensinar as pessoas, “ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado”.

É responsabilidade da Igreja desenvolver a maturidade espiritual das pessoas. Contribuir para que os seus membros cresçam e se desenvolvam na sua fé. Paulo dizia que nós não podemos permanecer eternamente crianças. Lamentava quando tinha que dar ainda mamadeira, ministrar ainda o leite, quando na verdade ele estava querendo dar alimento sólido para as pessoas.]

Temos que crescer, desde o momento do nosso novo nascimento em Cristo Jesus à idade adulta, à maioridade da nossa fé.

Discipulado é propiciar a oportunidade de crescimento, de amadurecimento na fé. Nunca seremos verdadeiramente discípulos na acepção da palavra, se não buscarmos o crescimento e o desenvolvimento da nossa fé.

O discipulado é um processo. Processo que faz com que as pessoas se tornem mais parecidas com Cristo, sem seu sentimento, em suas emoções, em seu pensamento, em sua ação.

O objetivo da Igreja não é conquistar membros, mas fazer discípulos de Jesus Cristo.

5) SERVIÇO
A Igreja existe para servir. Jesus quando quis dizer qual era a essência, o coração do seu ministério, ele disse: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, para dar a sua vida em resgate do mundo”. Deu esta lição naquela extraordinária cerimônia do lava-pés, antecedendo a celebração de uma Santa Ceia. A Igreja existe para ministrar em nome do Senhor. E ministrar verdadeiramente é ser servo. É servir. É demonstrar o amor de Deus aos outros, atendendo as suas necessidades, sejam elas, espirituais, emocionais, físicas e sociais.

CONCLUSÃO
Adoração, Evangelização, Comunhão, Discipulado, Serviço: Cinco faces da missão da Igreja. Cinco elementos estreitamente ligados entre si. A Igreja existe para todos eles, e em função de todos eles. A Igreja não pode centrar-se só na adoração, correndo o risco de se tornar uma comunidade egoísta, dona de Deus, e somente preocupada consigo mesma. Igreja é para adorar, evangelizar, viver em comunhão, discipular, servir. Jesus exerceu o seu ministério dando atenção a todas essas dimensões. Elas foram o segredo da sua missão.

A Igreja saudável é Igreja equilibrada. E Igreja equilibrada é Igreja que sabe conjugar todos esses elementos. É por isso que nós temos que redescobrir a missão da Igreja. Uma missão que se reveste nos diferentes tipos de ministérios, que nós estamos colocando como a opção de escolha perante a Igreja. Mas todos eles são apenas instrumentos, para que a Igreja possa cumprir a sua vocação. Quíntupla vocação. Quintupla vocação da Igreja.