4/16/2006

CRISTO, COMPASSIVO E SOLIDÁRIO:O MODELO PARA O PASTOR URBANO

CRISTO, COMPASSIVO E SOLIDÁRIO:O MODELO PARA O PASTOR URBANO

BARRO, Antonio Carlos. O Pastor Urbano é um servo compassivo e solidário. In: BARRO, Jorge H. O Pastor Urbano. Londrina: Ed. Descoberta, 2001. p. 126-146.

Antônio Carlos Barro, um dos fundadores e professor da Faculdade Teológica Sul-Americana (Londrina/PR); doutor em Missiologia pelo Fuller Theological Seminary (Califórnia/EUA); membro da Fraternidade Teológica latino-Americana, setor Brasil; pastor da oitava Igreja Presbiteriana de Londrino, escreveu o artigo intitulado “O Pastor Urbano é um Servo Compassivo e solidário”, sobre as motivações certas para desenvolvimento do ministério pastoral urbano baseado na pessoa de Cristo, servo compassivo e solidário.
Barro usa como exemplo norteador para o pastor o ministério de solidariedade e compaixão de Cristo, de maneira clara e objetiva, trazendo ao leitor uma compreensão clara do posicionamento do leitor frente aos desafios atuais.
Compaixão e solidariedade são termos intrínsecos ao ministério pastoral. Neste mundo atual, tão individualista, é difícil o exercício pastoral solidário e compassivo. Mas deve-se levar em conta que Cristo, o modelo, exercia de forma ideal seu ministério com carinho e afeto, e deve-se entender e aplicar os conceitos deixados pelo Mestre.
Conceituando os termos, solidariedade significa “estar ao lado do outro para ajudá-lo no momento de necessidade, partilhando da dor e luta do próximo” (128). Compaixão é sofrer com alguém. Estes conceitos foram presentes no ministério de Cristo. A vinda de Cristo habitando entre nós, sua empatia com a raça humana nos demonstram sua solidariedade para com a criação.
Jesus se envolvia em solidariedade e compaixão tanto com as multidões, quanto com os indivíduos. Exemplos disso são a cura dos enfermos (Mt. 14:14), multiplicação dos pães (Mt. 15:32), cura do leproso (Mc. 1:40-41) dentre outros. A compaixão de Cristo o levava a ser solidário até as últimas conseqüências, para demonstrar o amor de Deus ao ser humano.
Infelizmente no mundo atual, esses conceitos da vida de Cristo estão ausentes de muitos ministérios. A grande preocupação não está no serviço diaconal e conceitual, mas sim no crescimento numérico a qualquer preço. Pobreza é sinal de maldição, de pecados ocultos. Isto é causado por uma falta de entendimento dos propósitos de Deus na encarnação de Cristo. O interesse está em que as pessoas podem oferecer, e não em quem elas realmente são.
Um dos maiores desafios atuais para as igrejas evangélicas está na questão do estilo de vida cristão. É necessário uma redescoberta dos valores e princípios norteadores dos primórdios da Igreja de Cristo. Dentre estes valores, deve-se destacar a redescoberta da verdadeira teologia, “informada pelo contexto onde a Igreja está inserida e deve endereçar todos os aspectos da vida” (136), uma teologia integral, para o ser integral; os dons da Igreja devem ser praticados em meio à sociedade, e não entre quatro paredes; cada cristão é um sacerdote de Deus, todos pertencem ao povo de Deus e devem participar da Missio Dei.
Como Igreja brasileira, o maior desafio nestes dias é a má distribuição de renda, que gera as grandes desigualdades sociais. Para se entender sobre isso, faz-se necessário ao Pastor conhecer bem o contexto onde sua comunidade está inserida, através de pesquisa em seu bairro ou cidade. Deve-se avaliar quais dos problemas descobertos podem ser trabalhados pela Igreja local. De extrema valia seria o envolvimento de todas as igrejas locais de uma cidade ou bairro em um trabalho conjunto neste sentido.
Concluindo, o Pastor Urbano deve “espelhar a vida de Cristo aos outros”. Não se preocupar com o resultado numérico, mas sim, com o cumprimento das instruções de Cristo. Neste sentido, o Pastor deve ser um praticante e incentivador de ações diversas no meio da igreja local, que levam à uma conscientização do papel da igreja como instrumento de Deus neste mundo.
Este texto é indicado a todo Pastor, iniciante ou experiente no ministério, frente aos grandes desafios que são encontrados em nossa sociedade pós-moderna.

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